Resistência do milho ao enfezamento por espiroplasma
Elizabeth de Oliveira Sabato, Flavia França Teixeira
O controle genético da resistência do milho ao enfezamento pálido
A resistência do milho
ao enfezamento pálido é controlada geneticamente, sendo por isso
herdável. Os alelos favoráveis que conferem essa resistência passam de
geração a geração e os genótipos de milho nos quais se encontram
presentes constituem fontes de resistência para desenvolvimento de
híbridos resistentes à doença (Silva et al., 2002)
Experimentos conduzidos
em campo em condições de inoculação natural do espiroplasma e
experimento em vasos com inoculação controlada desse patógeno
utilizando, respectivamente, cruzamentos de híbridos e cruzamentos de
linhagens de milho resistentes e susceptíveis ao enfezamento pálido,
em esquema dialélico, mostraram predominância dos efeitos aditivos e
presença de efeitos de dominância no controle genético da resistência
do milho a essa doença (Silva et al., 2003; Oliveira et al. 2012).
Outros experimentos conduzidos em campo confirmam esses resultados
(Mendoza-Elos et al., 2002; Silveira et al., 2008). Com base nesses
resultados, a resistência do milho ao enfezamento pálido pode ser
considerada complexa, sendo, essencialmente, do tipo horizontal.
A predominância dos efeitos aditivos permite a expectativa de sucesso no melhoramento de linhagens “per se”. Entretanto, a presença dos efeitos de dominância deve ser também considerada e, no processo de melhoramento para o desenvolvimento de cultivares resistentes, tanto a caracterização de linhagens quanto a avaliação de híbridos necessitam ser realizadas em condições de ambientes diversos. Ressalta-se o efeito da temperatura na incidência e danos por essa doença que pode afetar o comportamento dos genótipos de milho quanto à expressão da resistência. Há necessidade de mais estudos sobre o controle genético da resistência do milho ao espiroplasma, bem como sobre a variabilidade genética desse patógeno.
A predominância dos efeitos aditivos permite a expectativa de sucesso no melhoramento de linhagens “per se”. Entretanto, a presença dos efeitos de dominância deve ser também considerada e, no processo de melhoramento para o desenvolvimento de cultivares resistentes, tanto a caracterização de linhagens quanto a avaliação de híbridos necessitam ser realizadas em condições de ambientes diversos. Ressalta-se o efeito da temperatura na incidência e danos por essa doença que pode afetar o comportamento dos genótipos de milho quanto à expressão da resistência. Há necessidade de mais estudos sobre o controle genético da resistência do milho ao espiroplasma, bem como sobre a variabilidade genética desse patógeno.
Estratégia para uso de cultivares com resistência genética ao enfezamento pálido
A presença de
efeitos de dominância no controle genético da resistência do milho ao
enfezamento pálido sugere a possibilidade de “quebra” dessa
resistência se uma cultivar resistente for, ao longo dos anos,
continuamente exposta à alta incidência da doença. Essa exposição da
cultivar pode exercer pressão de seleção sobre a população do patógeno
e resultar na seleção de uma variante genética capaz de “quebrar” a
resistência.
A semeadura de mais de uma cultivar de milho na mesma área pode reduzir a pressão de seleção sobre a população do patógeno e proporcionar maior durabilidade da resistência. Além disso, a associação do tratamento inseticida das sementes para controle da cigarrinha também pode contribuir para minimizar a pressão de seleção sobre a população do patógeno.
A semeadura de mais de uma cultivar de milho na mesma área pode reduzir a pressão de seleção sobre a população do patógeno e proporcionar maior durabilidade da resistência. Além disso, a associação do tratamento inseticida das sementes para controle da cigarrinha também pode contribuir para minimizar a pressão de seleção sobre a população do patógeno.
Referências
OLIVEIRA, E OLIVEIRA, E.; GAMA, E.E.G.; TEIXEIRA, F.F.; SILVA,
A.R. Controle genético da resistência do milho ao enfezamento pálido
causado por espiroplasma. Tropical Plant Pathology, Brasília, v. 37,
p.66, ago.2012. Suplemento. Edição dos resumos do 450 Congresso
Brasileiro de Fitopatologia, Manaus, 2012.
SILVA, R. G.; GALVÃO, J. C. C.; MIRANDA, G. V.; OLIVEIRA, E.
Identificação dos níveis e fontes de resistência aos enfezamentos do
milho. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, Sete Lagoas, v. 1, n. 3, p.
18-29, 2002.
SILVA, R. G.; GALVÃO, J. C. C.; MIRANDA, G. V.; OLIVEIRA, E.
Controle genético da resistência aos enfezamentos do milho. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 38, p. 921-928, 2003.
SILVEIRA, F. T.; MORO, J. R.; SILVA, H. P.; OLIVEIRA, J. A.;
PERECINI, D. Herança da resistência ao enfezamento em milho. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 43, p. 1717-1723, 2008.